Logo ASBAI

Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Número Atual:  Janeiro-Março 2017 - Volume 1  - Número 1


Artigo de Revisão

Fatores de risco para otite média secretora

Risk factors for otitis media with effusion

Mario Sánchez-Borges1; Nelson Rosário Filho2


DOI: 10.5935/2526-5393.20170007

1. Departamento de Alergia e Imunologia Clínica, Centro Médico Docente La Trinidad, Caracas, Venezuela
2. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil


Endereço para correspondência:

Mario Sánchez-Borges
E-mail: sanchezbmario@gmail.com


Submetido em: 10/01/2017
Aceito em: 15/02/2017
Nao foram declarados conflitos de interesse associados à publicaçao deste artigo.

RESUMO

A patogênese da otite média secretora é multifatorial e envolve a resposta imunológica, fatores genéticos e anatômicos. Muitos dos fatores relacionados à otite média aguda também têm sido postulados como relevantes para a otite média crônica e recorrente. Evidências indicam que nao há diferenças na funçao da tuba auditiva entre orelhas que desenvolvem otite médica crônica (OMC) recorrente e as que nao têm OMC. A mucosa da orelha média reage igualmente à inflamaçao alérgica respiratória. Atopia pode promover disfunçao tubária ou reaçao direta no epitélio da tuba auditiva. Obstruçao da tuba auditiva nao é o mecanismo principal de OMC, mas a inflamaçao alérgica do epitélio respiratório da orelha média. Alergia ao leite de vaca é rara em crianças com otite média secretora, no entanto sensibilizaçao a alérgenos inaláveis deve ser investigada, e em casos selecionados, imunoterapia específica pode ser empregada.

Descritores: Otite, otite média crônica, otite secretora.




Otite média secretora é definida pela presença de secreçao na orelha média sem sinais e sintomas de infecçao aguda. É considerada crônica (OMC) se persistente por mais de três meses do início do quadro (se conhecido), ou do diagnóstico. A patogênese da otite média é multifatorial, envolvendo a resposta imunológica, mecanismos que regulam a inflamaçao, fatores genéticos e funçao da tuba auditiva1.

Vários fatores influenciam o risco de desenvolver otite média aguda (OMA) em crianças1-3. Eles incluem:

- Fatores do indivíduo: na infância, peso ao nascimento, idade gestacional, anormalidades craniofaciais (incluindo fenda palatina), mae jovem, história familiar de OMA recorrente, história recente de perda auditiva, gênero, raça.

- Fisiológicos: disfunçao da tuba auditiva, pneumatizaçao insuficiente das células mastoides, funçao mucociliar anormal.

- Patológicos: atopia/alergia, refluxo gastroesofágico, imunodeficiências, hipertrofia do tecido adenoideano.

- Ambiental: exposiçao ambiental ao fumo de cigarros4, ou outros irritantes respiratórios, poluiçao do ar (com aumentos nos níveis de CO2 e NO2 no ar)5, e permanência em creches.

- Socioeconômico e cultural: condiçoes de pobreza, falta de amamentaçao, uso de chupetas.

- Infecciosas: infecçoes do trato respiratório superior, amigdalite aguda, infecçao por vírus sincicial respiratório, colonizaçao por M. catarrhalis, S. pneumoniae ou H. influenzae6.

 

FATORES DE RISCO PARA OTITE MÉDICA CRONICA (OMC) E RECORRENTE

Muitos dos fatores relacionados à otite média aguda também têm sido postulados como relevantes para a OM crônica e recorrente. Entre eles, estao as condiçoes gerais, os elementos anatômicos e fisiológicos das vias aéreas superiores, infecçoes, status socioeconômico, fatores genéticos e hematológicos e o ambiente7,8.

- Fatores gerais: idade inferior a 8 anos, estado de saúde prejudicado, raça, origem aborígene9, alergia/atopia10,11, sexo masculino12, aleitamento materno por menos de quatro meses13.

- Fatores otorrinolaringológicos: disfunçao da trompa de Eustáquio, OM aguda recorrente, rinossinusite crônica, deficiência auditiva, zumbido, funçao mucociliar anormal, história recente de perda auditiva, tonsilite aguda, aumento dos limiares auditivos em audiometria, hipertrofia adenoidiana, ronco1.

- Socioeconômico: educaçao materna inferior ao ensino médio, baixo nível socioeconômico, frequência à creche14, tamanho da família de mais de 4 membros, viver em áreas rurais.

- Genética15,16: vários polimorfismos genéticos estao associados com OMC, como os de TLR4, MUC5B, SMAD2 e SMAD417, CX3CR1, IL-1018, IL-1R, IL-6, TNF-α 9,20, CD14, MBL19,21-24. Estudos de associaçao genética indicaram associaçao de OM com genes para CAPN14, GALNT14, BPIFA3 e BPIFA1 (no cromossoma 20 q11.21)25, que estao conectados com a via TGF-β. CX3CR1 é um receptor celular em leucócitos que se liga a elementos quimiotáticos. Aumento da atividade quimiotática pode resultar em aumento da inflamaçao. TLR4, MUC5B, SMAD2 e SMAD4 estao associados à produçao de mucina e à ativaçao da transcriçao/mediaçao de TGF-β de vias de sinalizaçao para proliferaçao/apoptose celular e diferenciaçao celular. CAPN14 (no cromossoma 2p 23.1) é um membro da família de calpainas de cisteína-proteases citosólicas ativadas por cálcio. GALNT14 (também no cromossoma 2p 23.1) pertence a uma grande subfamília de glicosiltransferases que catalisa a transferência de N-acetil-D-galactosamina (GalNac) em O-glicosilaçao de substratos de mucina como MUC2, MUC5AC, MUC7 e MUC13. Um histórico familiar positivo está presente em mais de 50% dos pacientes com OM recorrente26. Além disso, os estudos de gêmeos e de tripletos demonstraram uma hereditariedade de 57% para agudas e de 72% para infecçoes de ouvido crônicas27.

- Metabólico/nutricional e hematológico: altos níveis de vitamina D, chumbo, cádmio, diabetes, baixa contagem de glóbulos vermelhos.

- Infecciosas: infecçoes do trato respiratório superior, tuberculose pulmonar.

Em uma metanálise recente, foram identificados os seguintes fatores de risco para otite média crônica e recorrente: alergia ou atopia, infecçao do trato respiratório superior, ronco, história de OM aguda, tabagismo passivo e baixo status social28. Nas crianças, os preditores adicionais da secreçao em orelha média sao raça nao branca, sexo masculino, período mais curto de permeabilidade do tubo de ventilaçao e baixa eficiência de dilataçao (uma medida da funçao ativa da tuba auditiva)29.

 

FATORES DE RISCO ADICIONAIS

Dois estudos sugeriram que as doenças alérgicas (asma e rinite alérgica) sao fatores predisponentes para a timpanostomia e colocaçao de tubos de ventilaçao em crianças30,31. Além disso, foram identificados fatores de risco para falha na triagem auditiva devido à otite média. Eles incluem sintomas de resfriado grave, frequentar creches com mais de quatro crianças, ter irmaos, congestao nasal grave e sexo masculino32.

Em relaçao aos fatores que determinam a gravidade da otite média, a idade jovem, história familiar de OMA, exposiçao à fumaça do tabaco, diagnóstico precoce de otite após o início de infecçao do trato respiratório superior e polimorfismos da IL-1 têm sido sugeridos33.

 

AVALIAÇAO E TRATAMENTO

Pacientes com OMC devem ser avaliados periodicamente para audiçao, fonaçao e linguagem, além de timpanometria para melhorar a acurácia diagnóstica1. Tubos de ventilaçao sao indicados em crianças com idade inferior a 4 anos. Adenoidectomia só está indicada após os 4 anos de idade ou antes, se houver obstruçao nasal ou adenoidite crônica34.

Rinoconjuntivite alérgica e sensibilizaçao a alérgenos inaláveis devem ser investigadas em pacientes com OMC. Há uma tendência a se superestimar a sensibilizaçao ao leite de vaca em pacientes com OMC. Nao há evidências que esta seja verdadeira, pois em uma das mais completas revisoes sobre alergia ao leite de vaca nao há mençao sobre esta relaçao35.

O papel de alergia em OMC é controverso. Há evidências epidemiológicas e imunológicas, pró e contra esta relaçao. Alergia poderia causar disfunçao da tuba auditiva, ou causar diretamente inflamaçao na orelha média. O tratamento da alergia nasal melhora a OMC. Testes cutâneos por puntura nao identificam cerca de 80% dos pacientes com OMC e cuja doença resolve quando alérgenos positivos ao teste intradérmico foram incluídos na imunoterapia. imunoterapia pode ser empregada nos pacientes com OMC e alergia, mas há pouca informaçao dos resultados desta abordagem terapêutica na prevençao e tratamento de OMC36.

Evidências indicam que nao há diferenças na funçao da tuba auditiva entre orelhas que desenvolvem OMC recorrente e as que nao têm OMC37.

Biópsias de mucosa da orelha media e simultaneamente de mucosa nasal próximo ao orifício da tuba auditiva na nasofaringe com determinaçao de IL-4, células T CD3, eosinófilos e mRNA para IL_5 mostraram que a mucosa de orelha mucosa reage de maneira semelhante à outros sítios respiratórios pela inflamaçao alérgica tanto que os autores incluem a mucosa da orelha média nas vias aéreas unidas38.

Um estudo de coorte de nascimento investigou objetivamente a associaçao de OMC aos 6 anos de idade com asma, eczema, rinite alérgica e nao alérgica, inflamaçao e eosinofilia. Crianças nascidas de maes asmáticas foram avaliadas por timpanometria, otoscopia, rinometria acústica e esfregado nasal. OMC se associou com rinite alérgica mas nao com edema da mucosa nasal, eosinofilia nasal, rinite nao alérgica, asma ou eczema. Este estudo sugere que obstruçao da tuba auditiva nao é o mecanismo principal de OMC, mas a inflamaçao alérgica do epitélio respiratório da orelha média. Outros estudos que buscaram a relaçao atopia e OMC foram criticados pela inconsistênca na definiçao de OMC e de alergia. Muitos usaram questionários e medidas subjetivas e, portanto, com vieses39.

O tratamento clínico é expectante por pelo menos 3 meses, desde que nao haja fatores de risco para déficit de audiçao, fala e aprendizagem presentes. Corticosteroides intranasais ou sistêmicos, antibióticos, anti-histamínicos e descongestionantes nao sao recomendados, pois de acordo com revisoes sistemáticas de estudos controlados e randômicos, nao há evidências de benefícios maiores que os riscos1,34.

 

CONCLUSAO

A OMC é uma doença crônica da infância que pode trazer repercussoes no desenvolvimento psicossocial da criança e sequelas permanentes. Vários fatores de risco de OMC foram identificados, e devem ser investigados em casos de perda auditiva e déficit de fonaçao e aprendizagem.

 

REFERENCIAS

1. Rosenfeld RM, Shin JJ, Schwartz SR, et al. Clinical Practice Guideline: Otitis Media with Effusion Executive Summary (Update). Otolaryngol Head Neck Surg. 2016;154:201-14.

2. Lieberthal AS, Carroll AE, Chonmaitree T. The diagnosis and management of acute otitis media. Pediatrics. 2013;131:e964-e999.

3. Daly KA, Giebink GS. Clinical epidemiology of otitis media. Pediatr Infect Dis J. 2000;19(5 Suppl):S31-S36.

4. Erdivanli OC, Coskun ZO, Zazikdas KC, Demirci M. Prevalence of otitis media with effusion among primary school children in Eastern Black Sea, in Turkey and the effect of smoking in the development of otitis media with effusion. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg. 2012;64:17-21.

5. Zemek R, Szyszkowicz M, Rowe BH. Air pollution and emergency department visits for otitis media: a case-crossover study in Edmonton, Canada. Environ Health Perspect. 2010;118:1631-6.

6. Ruohola A, Pettigen MM, Lindholm L, Jalava J, Räisänen KS, Vainionpää R, et al. Bacterial and viral interactions within the nasopharynx contribute to the risk of acute otitis media. J Infect. 2013;66:247-54.

7. Park M, Lee JS, Lee JH, Oh HS, Park MK. Prevalence and risk factors of chronic otitis media: The Korean National Health and Nutrition Examination Survey 2010-2012. PLOS One 10(5): e0125905. Doi: 10.371/journal.pone.0125905.

8. Al-Humaid H, Ashraf AS, Masood KA, Nuha AS, Saleh ADA, Awad AM. Prevalence and risk factors of otitis media with effusion in school children in Qassim Region of Saudi Arabia. Int J Health Sci (Qassim). 2014;8:325-34.

9. Morris PS, Leach AJ, Silberberg P, Mellon G, Wilson C. Otitis media in young aboriginal children from remote communities in Northern and Central Australia: a cross-sectional survey. BMC Pediatr. 2005;5:27.

10. Martines F, Bentivegna D, Maira E, Sciacca V, Martines E. Risk factors for otitis media with effusion: Case-control study in Sicilian schoolchildren. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2011;75:754-9.

11. Lack G, Caulfield H, Penagos M. The link between otitis media with effusion and allergy: A potential role for intranasal corticosteroids. Pediatr Allergy Immunol. 2011;22:258-66.

12. Lanphear BP, Byrd RS, Avinger P, Hall CB. Increasing prevalence of recurrent otitis media among children in the United States. Pediatrics. 1997;99:E1.

13. Duncan B, Ey J, Holberg CJ, Wright AL, Martinez FD. Exclusive breast-feeding for at least 4 months protects against otitis media. Pediatrics. 1993;91:867-72.

14. Daly K, Giebink GS, Le CT, Lindgren B, Batalden PB. Determining risk for chronic otitis media with effusion. Pediatr Infect Dis. 1988;7:471-5.

15. Casselbrant ML. Mandel EM. Genetic susceptibility to otitis media. Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2005;5:1-4.

16. Casselbrant ML. Mandel EM, Rockette HE, Kurs-Lasky M, Fall PA. The genetic component of middle ear disease in the first 5 years of life. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2004;130:273-8.

17. MacArthur CJ, Wilmot B, Wang L, Schuller M, Lighthall J, Trune D. Genetic susceptibility to chronic otitis media with effusion: Candidate gene SNPs. Laryngoscope. 2014;124:1299-35.

18. Nokso-Koivisto J, Chonmaitree T, Jennings K, Matalon R, Block S, Patel JA. Polymorphisms of immunity genes and susceptibility to otitis media in children. PLOS One. 2014; 9: e93930. doi: 10.1371/journal. pone. 0093930.

19. Patel JA, Nair S, Revai K, Grady J, Saeed K. Association of proinflammatory cytokine gene polymorphisms with susceptibility to otitis media. Pediatrics. 2006;118:2273-9.

20. Revai K, Patel JA, Grady JJ, Nair S, Matalon R. Association between cytokine gene polymorphisms and risk for upper respiratory tract infection and acute otitis media. Clin Infect Dis. 2001;49:257-61.

21. Emonts M, Veenhoven RH, Wiertsema SP, Houwing-Duistermaat JJ, Walraven V. Genetic polymorphisms in immunoresponse genes TNFA, IL-6, IL-10 and TLR4 are associated with recurrent acute otitis media. Pediatrics. 2007;120:814-23.

22. Alper CM, Winther B, Hendley JO, Doyle WJ. Cytokine polymorphisms predict the frequency of otitis media as a complication of rhinovirus and RSV infections in children. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2009;266:199-205.

23. Wiertsema SP, Herpers BL, Veenhoven RH, Salimans MM, Ruven HJ. Functional polymorphisms in the mannan-binding lectin 2 gene: Effect on MBL levels and otitis media. J Allergy Clin Immunol. 2006;117:1344-50.

24. Wiertsema SP, Khoo SK, Baynam G, Veenhoven RH, Lain IA. Association of CD14 promoter polymorphism with otitis media and pneumococcal vaccine responses. Clin Vaccine Immunol. 2006;13:892-7.

25. Rye MS, Warrington NM, Scaman ESH, Vijayasekaran S, Coates HL, Anderson D, et al. Genoma-wide association study to identify the genetic determinants of otitis media susceptibility in childhood. PLOS One 2012; 7: e48215. doi: 10.1371/journal.pone.0048215.

26. Gebhart DE. Tympanostomy tubes in the otitis media prone child. The Laryngoscope. 1981;91:849-66.

27. Kvaerner KJ, Tambs K, Harris JR, Mair IW, Magnus P. Otitis media: Relationship to tonsillitis, sinusitis and atopic diseases. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 1996;35:127-41.

28. Zhang Y, Xu M, Zeng L, Wang G, Zheng QY. Risk factors for chronic and recurrent otitis media- a meta-analysis. PLOS One 2014; 9: e86397. doi: 10.1371/journal.pone.0086397.

29. Mandel EM, Swarts JD, Casselbrant ML, Tekely KK, Richert BC, Seroky JT, Doyle WJ. Eustachian tube function as a predictor of the recurrence of middle-ear effusion in children. Laryngoscope. 2013;123:2285-90.

30. Bjur KA, Lynch RL, Fenta YA, Yoo KH, Jacobson RM, Li X, Juhn YJ. Assessment of the association between atopic conditions and tympanostomy tube placement in children. Allergy Asthma Proc. 2012;33:289-96.

31. Bentdal YE, Nafstad P, Karevold G, Kvaerner KJ. Acute otitis media in schoolchildren: Allergic diseases and skin prick test positivity Acta Otolaryngol. 2007;127:480-5.

32. Loj W, Anteunis LJC, Meesters C, Chenault MN, Haggard MP. Risk factors for failing the hearing screen due to otitis media in Dutch infants. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2012;269:2485-96.

33. McCormick DP, Grady JJ, Diego A, Matalon R, REvai K, Han Y, et al. Acute otitis media severity: Association with cytokine gene polymorphisms and other risk factors. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2011;75:708-12.

34. Rosenfeld RM, Schwartz SR, Pynnonen MA, et al. Clinical practice guideline: tympanostomy tubes in children. Otolaryngol Head Neck Surg. 2013;149:S1-S35.

35. Fiocchi A, Brozek J, Schunemann H, et al. World Allergy Organization (WAO) Diagnosis and Rationale for Action against Cow's Milk Allergy (DRACMA) Guidelines. Pediatr Allergy Immunol. 2010:21(Suppl. 21):1-125.

36. Hurst DS. The role of allergy in otitis media with effusion. Otolaryngol Clin North Am. 2011;44:637-54.

37. Straetemans M, van Heerbeek N, Schilder AG, et al. Eustachian tube function before recurrence of otitis media with effusion. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2005;131:118-23.

38. Nguyen LH, Manoukian JJ, Sobol SE, et al. Similar allergic inflammation in the middle ear and the upper airway: evidence linking otitis media with effusion to the united airways concept. J Allergy Clin Immunol. 2004;114:1110-15.

39. Kreiner-Moller E, Chawes BLK, Caye-Thomasen P, Bonnelykke K, Bisgaard H. Allergic Rhinitis Is Associated With Otitis Media With Effusion: A Birth Cohort Study. Clin Exp Allergy. 2012;42:1615-20.

2024 Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

Rua Domingos de Morais, 2187 - 3° andar - Salas 315-317 - Vila Mariana - CEP 04035-000 - São Paulo, SP - Brasil - Fone: (11) 5575.6888

GN1 - Sistemas e Publicações